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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Bem Morar ganha reconhecimento em evento nos EUA como programa a ser replicado no Brasil e no Mundo


O Ateliê de Idéias participou da conferência para aprendizado e cerimônia de apresentação dos finalistas e vencedores da competição Moradia Sustentável, realizada pela Ashoka Changemakers, em parceria com o Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos EUA e a Rockefeller Foundation. O evento aconteceu entre os dias 18 e 21 de julho, em Washington DC e o Ateliê foi representado por Gláucio Gomes, Coordenador de Desenvolvimento Institucional. O Programa Bem Morar, do Núcleo Habitacional do Ateliê, foi finalista da competição.

Foi um momento muito especial para o Ateliê de Idéias, ao ter seu programa habitacional reconhecido por especialistas e autoridades internacionais na área de desenvolvimento urbano como referência, que merece investimento e apoio para crescer, ganhar escala e ser reaplicado em outras regiões do Brasil e do mundo. Mas também foi um momento de aprendizagem e de aproximação em relação a novas ferramentas e estratégias para o desenvolvimento e para a sustentabilidade do programa.

No primeiro dia aconteceram diversas oficinas e painéis, onde os participantes tiveram oportunidades para interagir com investidores sociais, pesquisadores e especialistas em desenvolvimento urbano e em ganho de escala de programas e tecnologias sociais em nível global. Em um dos momentos mais marcantes do dia, investidores sociais de grandes instituições ouviram as apresentações dos programas participantes e fizeram recomendações e orientações para aprimorar o diálogo e as ferramentas de captação de recursos e geração de receitas das organizações sociais.

No segundo dia o evento foi aberto ao público. Houve palestras e painéis dos organizadores do evento. A equipe da Ashoka apresentou um painel sobre estratégias de ganho de escala para programas sociais de referência, como o Bem Morar. Carina Saito, da Associação Brasileira de Cimentos Portland (ABCP), apresentou o programa Clube da Reforma – que é parceiro do Bem Morar e que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento de projetos de inclusão habitacional no Brasil. Cid Blanco, oficial do Ministério da Cultura do Brasil, também deu uma palestra, apresentando um programa do MINC para integrar equipamentos culturais à estrutura urbana de comunidades de baixa renda em todo o Brasil. Ao fim do dia, os oito finalistas apresentaram seus programas ao público.

Na manhã do terceiro dia, aconteceu um webinar (seminário transmitido ao vivo pela Internet) com a participação dos três programas vencedores da competição: Desenvolvendo Propriedades para Posseiros e Inquilinos na Cidade de Buenos Aires (Habitat para Humanidade da Argentina, Buenos Aires, Argentina); Lixo Zero – Arquitetura Sustentável e Energia Renovável (Curadores da Terra, São Paulo, Brasil) e Zona de Desenvolvimento Verde (People United for Sustainable Housing, Buffalo, EUA). Os três líderes dos programas falaram dos principais fatores que contribuíram para o seu sucesso e de seus maiores desafios.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ateliê de Idéias participa de seminário na Northeartern University, em Boston



O Ateliê de Idéias participou em 26 de julho de um seminário de intercâmbio de experiências na Northeastern University, em Boston, nos EUA. O evento foi realizado pelo Affordable Housing Institute (AHI), parceiro do Ateliê de Idéias nos EUA.

O Coordenador de Desenvolvimento Institucional do Ateliê, Glaucio Gomes, e o Diretor do Dukakis Center da Northeastern University, Barry Bluestone, debateram sobre os papéis das universidades e das ONGs no desenvolvimento comunitário, com ênfase na inclusão habitacional, e sobre como esses dois importantes atores dialogam para criar e implantar soluções inovadoras e efetivas nas regiões em que atuam.

O seminário contou com a participação de estudantes de ciências sociais, arquitetura, urbanismo e planejamento urbano da Northeastern University.

O Prof. Barry Bluestone falou sobre os projetos desenvolvidos pelo Dukakis Center, na Northeastern University, para inclusão habitacional em Boston e sobre o grande esforço para que a universidade vá alem da analise, da avaliação e do exercício acadêmico de produção de conhecimento e chegue à contribuir com ações praticas e efetivas que impactem nas condições de moradia das populações locais. Para ele, o sucesso dos projetos da universidade é resultado de uma forte aliança entre diferentes segmentos da sociedade local, como o governo, que promoveu as primeiras articulações e solicitou a aproximação da universidade, as empresas e as associações comunitárias e organizações de base.

Glaucio apresentou o Programa Bem Morar, desde sua história ate os seus resultados, para as comunidades beneficiadas, especialmente no Território do Bem, em Vitória. E enfatizou a idéia central de que qualquer programa de inclusão habitacional ou de melhorias urbanas precisa estar ligado a uma estratégia participativa e democrática de desenvolvimento local, endógeno e sustentável. Glaucio falou sobre a importância do fórum comunitário de moradores, o Fórum Bem Maior, para que o Programa Bem Maior fosse concebido e atingisse o patamar em que se encontra hoje.

Glaucio falou ainda sobre a importância das parcerias com a Universidade Federal do Espirito Santo e do Living Labs Habitat, como diferenciais essenciais para o desenvolvimento do Bem Morar. Já que muitos programas similares em todo o mundo tem como grande desafio a participação das universidades, das comunidades acadêmicas e empresariais da região. O Living Labs Habitat, do qual o Ateliê de Idéias faz parte, é uma iniciativa que tem o perfil do esforço conduzido pelo Dukakis Center, de articulação de todos os segmentos da sociedade de Boston para promover a inclusão habitacional na região.

O Prof. Barry Bluestone ressaltou o interesse que as empresas, pequenas e grandes, tiveram em promover o acesso a moradia digna para as famílias de baixa renda em Boston. Os empresários perceberam claramente como a precariedade de infraestrutura urbana e das moradias causava a migração das famílias, o empobrecimento da região e impactava negativamente em seus negócios. E que o desenvolvimento local, e de seus negócios, dependia do investimento em inclusão habitacional e melhorias urbanas.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Técnico em Desenvolvimento Comunitário do Ateliê concorre a Prêmio Betinho


Como algumas pessoas já sabem, o nosso prezado técnico em Desenvolvimento Comunitário, Valmir Dantas, concorre ao Prêmio Betinho - Atitude Cidadã, por ações que desenvolve na busca pela melhoria da qualidade de vida dos moradores do bairro São Benedito e de todo o Território do Bem, em Vitória, ES.

Além do trabalhar no Ateliê, Valmir é uma das lideranças mais ativas no Fórum Comunitário do Território do Bem – Fórum Bem Maior – onde representantes das oito comunidades que compõe o Território discutem e buscam soluções criativas para problemas comuns das comunidades.

Além disso, ele participou da coordenação do Planejamento Estratégico Comunitário, Plano Bem Maior, atua no Comitê Gestor do Banco Bem - Banco Comunitário de Desenvolvimento - e no Conselho Local de Saúde do bairro Consolação, em Vitória.

Pedimos a todos que votem no Valmir por ele ser merecedor desse reconhecimento.

Clique aqui e saiba mais sobre o Prêmio Betinho - Atitude Cidadã, conheçam os indicados e votem!

Sobre Valmir

Valmir Rodrigues Dantas desenvolve ações sociais, há 15 anos, no bairro São Benedito, em Vitória (ES). O bairro começou a ser ocupado na década de 1960. À época, com a erradicação dos cafezais no interior do estado e a instalação de indústrias de grande porte próximas à capital, um grande número de pessoas se mudou para Vitória em busca de emprego e melhores condições de vida. Foi nesse período que começaram as ocupações desordenadas nas encostas dos morros da cidade. Atualmente, em São Benedito, vivem cerca de 850 famílias de baixa renda.

São Benedito, juntamente com os bairros da Penha, Consolação, Bonfim, Jaburu, Engenharia, Floresta e Itararé, integram a região que ficou conhecida como Território do Bem, pois é onde circula a moeda social Bem, muito forte e que vem mudando a realidade das pessoas que vivem no local.

Atualmente, Valmir realiza pesquisa de desenvolvimento comunitário em todos os comércios do território; promove a divulgação e o fortalecimento da moeda Bem no território; elabora o jornal comunitário Observatório do Bem; assessora e coordena intervenções urbanas em espaços públicos do bairro São Benedito e Jaburu, em parceria com o Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); assessora o projeto Ecos do Bem no território para destinação correta dos resíduos sólidos para a Associação de Catadores da Ilha de Vitória (Amariv); e articula o Fórum Bem Maior, que realiza, mensalmente, plenária com 60 pessoas, entre elas lideranças comunitárias dos bairros, para discutir os problemas das comunidades envolvidas.

As ações de desenvolvimento comunitário implementadas na região têm impactado de maneira positiva o poder público. Destacam-se a atuação do Fórum Bem Maior que tem constantemente discutido com a prefeitura para que as ações públicas sejam realizadas em consonância com a vontade comunitária. O resgate histórico da ocupação do bairro possibilitou a formação de um núcleo de comunicação que vem produzindo o jornal comunitário Observatório do Bem e também resultou na criação de um grupo produtivo em audiovisual composto por moradores dos bairros Jaburu e São Benedito.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Parceria Ateliê e SENAI forma marceneiros e cria empreendimento







Família que faz curso unida, ganha dinheiro unida. Essa é a expectativa da artesã, Maria Helena Zanoni, de 46 anos, moradora da Ilha de Santa Maria, em Vitória, participante do curso de Marcenaria promovido pelo Ateliê de Ideias e pelo SENAI. Ela é seu marido, o mecânico desempregado Edmilson Zanoni, 46 anos, e a filha Giselle Rorigues Zanoni, de 22 anos, entraram no curso à procura de uma nova profissão e de oportunidade para aumentar a renda da família.

O curso iniciado em fevereiro deste ano, com 360 horas de duração, foi oferecido aos moradores do Território do Bem, através de uma parceria entre o Ateliê de Ideias e o SENAI, com o objetivo de formar marceneiros para o mercado de trabalho e especialmente criar um empreendimento produtivo, auto-gestionário, onde possam trabalhar de forma coletiva, gerando renda para eles mesmos.

Maria Helena, entusiasmada, conta que ela e sua filha Giselle entraram no curso para aprender a fazer as caixas de madeira que antes tinham que comprar para decorar e vender como porta-presentes. Mas para sua alegria elas aprenderam muito mais.

“Antes a gente comprava as caixinhas, decorava e vendia, agora com o curso eu e minha filha podemos fabricar nossas próprias caixinhas. Mas o que me deixa mais feliz é que aprendemos muito mais que isso. Aprendemos a fazer brinquedos pedagógicos, brindes corporativos, enfim, aprendemos uma nova profissão”, ressalta.

Segundo a artesã seu esposo, Edmilson, estava desempregado, com isso ela o incentivou a participar e a aprender uma nova profissão. E agora eles estão cheios de esperança de que o futuro seja bem melhor.

“Nós estamos muito felizes e cheios de expectativa de aprendermos mais, de entrarmos no mercado, e de que os produtos sejam bem aceitos, com isso ganharmos dinheiro para dar um futuro melhor pra nossa família”.

Outro que só espera coisas boas é o carpinteiro Juracy Vieira de Souza, de 53 anos, que mora no São Benedito, em Vitória. Ele disse que o curso alem de abrir as portas do mercado de trabalho, possibilita que ele realize seu grande sonho, que é ter seu próprio negócio.

“O curso me deu duas coisas boas: com o certificado ficará mais fácil arrumar emprego como carpinteiro, porque marceneiro é mais uma opção da carpintaria. Aprendi a fazer móveis, assentar uma porta, uma janela. Isso irá garantir mais oportunidade de trabalho; agora, além de carpinteiro, eu me apresento como marceneiro. Além disso, tenho uma vontade guardada comigo há muito tempo, a de abrir uma marcenaria, por conta própria. Agora esse sonho pode ser realizado, já que tenho o curso”, esclarece seu Juracy.

O curso de Marcenaria contou com nove participantes. Cátia Siqueira, Edmilson Zanoni, Fabiana Barbosa da Siva, Giselle Rorigues Zanoni, Jorge Jose dos Santos, Juracy Vieira de Souza, Laurentina Siqueira Poleze, Maria Helena R. Zanoni e Mirian Barbosa, que exibem com orgulho o certificado de conclusão oferecido pelo SENAI.

Todas essas pessoas são munidas de histórias maravilhosas, de muito esforço para garantir um futuro mais digno para si mesmas e para seus familiares.

Para a coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Local, do Ateliê de Ideias, Denise Biscotto, esse grupo se mostrou muito maduro, com habilidades diferenciadas, o que favorece a abertura de um empreendimento coletivo

“Esse grupo é muito bom, muito especial, pessoas com habilidades diferentes como seu Edmilson, que gosta de mecânica, da máquina; o seu Jorge que tem habilidade pra gestão, vai saber se reportar a um cliente, em uma empresa. As meninas com o acabamento... Gente que já fazia mosaico, mexia com biscuit, com artesanato, que gosta do detalhe do acabamento. É um grupo com potencial muito grande”, explica Denise.

O curso foi a etapa de formação, onde em 360 horas os participantes aprenderam a manusear os equipamento (máquina), as ferramentas, tiveram períodos práticos com a produção de alguns produtos como brinquedos pedagógicos, brindes coorporativos, criado mudo, armário. A partir de agora. eles começam a fase de aperfeiçoamento e formação do empreendimento.

Nessa segunda etapa o grupo conta com um novo instrutor, Aguilar, que trabalha com madeira há muitos anos e, atualmente, desenvolve marchetaria e possui, com sua filha, uma fábrica de produtos de MDF.

“O objetivo das oficinas é aprimorar as habilidades dos integrantes da Marcenaria, profissionalizar o trabalho e agregar maior qualidade aos produtos. Ele iniciou ensinando-os a conhecer e a sentir cada máquina, consertando e dando manutenção no que for possível, sendo protagonistas de seu trabalho em todos os momentos. E também trouxe contatos, indicações e encaminhamentos preciosos”, conta a gestora do Programa de Incubação de Empreendimentos Econômico Solidários do Ateliê de Ideias, Fernanda Coan, que acompanha o grupo durante todo o processo.

Ela destaca ainda que o elemento fundamental desse processo é o envolvimento ativo e interessado dos integrantes do grupo, que têm habilidades e potencialidades diferentes e complementares.

“Desde o princípio, nós estamos buscando garantir o protagonismo do grupo em todas as etapas da construção desse novo empreendimento”, conclui.

O SENAI vai continuar nos apoiando, através de um auxilio externo, supervisionando de fora, como forma de ajudar a viabilizar a celular produtiva, fazendo com que a Marcenaria se torne um empreendimento exitoso.

Para realização do projeto das Oficinas de Marcenaria, e fomento do grupo produtivo, o Ateliê de idéias conta com a parceria da IAF e do Instituto HSBC.

Estamos todos na torcida. Boa sorte!