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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Governo do estado assina convênio para construção do Centro Público Metropolitano de Economia Solidária






Os empreendedores solidários do Espírito Santo têm bons motivos para festejar neste fim de ano. Além das confraternizações com a chegada do Natal e do Ano Novo, foi assinado, na quinta-feira, 15/12, o convênio para o reinício do serviço da reforma e adequação física do prédio do Centro Público Metropolitano de Economia solidária e do Artesanato Capixaba, localizado ao lado da Fabrica de Trabalho em Jucutuguara, Vitória/ES. Os recursos no valor de R$ 533.204,86, serão transferidos pelo Governo do Estado para a Prefeitura de Vitória, para a conclusão das obras que já foram iniciadas.

A assinatura do convênio aconteceu no dia em que os empreendedores solidários de todo o país comemoravam o Dia Nacional da Economia Solidária. Na ocasião também foi lançado oficialmente o Creditar – programa de Microcrédito do Governo, através do BANDES e do BANESTES, em parceria com os Bancos Comunitários de Desenvolvimento que atende ao público da Economia Solidária.

Os números indicam que a Economia Solidária abriga cerca de 700 empreendimentos em todo o estado do Espírito Santo, organizados em grupos produtivos, rurais ou urbano, dando emprego e gerando renda para mais de 60 mil pessoas. São números expressivos e de elevada importância socioeconômica para o estado.

Para a diretora/presidente do Ateliê de Ideias, Leonora Mol os empreendedores solidários do Espírito Santo têm vários motivos para comemorar, mas ela ressalta dois motivos essenciais: O primeiro é o Centro Publico Estadual de Economia Solidária, que funciona no Mercado São Sebastião. Um projeto apoiado pelo Governo Federal que hoje conta com um conselho gestor que é representado por empreendedores da Economia Solidária, por entidades de assessoria e fomento, e pelo governo do estado e prefeituras municipais.

“O Centro Público é um espaço onde os empreendimentos podem ter formação técnica, podem divulgar e comercializar seus produtos. Esse é um momento especial para questão da comercialização e da luta dos empreendimentos pelo seu espaço, onde possam mostrar seus produtos”, disse.

O segundo ponto é a implantação dos Bancos Comunitários de Desenvolvimento com a possibilidades de iniciativas de finanças solidárias, que caminham rumo ao desenvolvimento local. “Hoje no Espírito Santo já temos quatro bancos comunitários formados (Banco Bem, Terra, Sol e Verde Vida) e três bancos se iniciando (Puan, Abraço e Esperança). Esses sete bancos hoje compõem uma rede capixaba de bancos comunitários que é de extrema importância para o nosso trabalho junto à comunidade, tanto para as finanças solidárias, quanto para nossas estratégias de desenvolvimento local”, explicou Leonora.

Para o Diretor/presidente da Agência de Desenvolvimento em Redes do Espírito santo (Aderes), Pedro Rig, todas as ações da Economia Solidária fazem parte da estratégia de desenvolvimento do governo do estado. “Não é simplesmente uma política de assistência, mas uma política de geração de negócio e de promoção do desenvolvimento. Com isso, o Programa Incluir, do Governo do estado, tem como um dos pilares a inclusão produtiva, e os grupos da Economia Solidária fazem parte de pilar, como instrumento de inclusão das pessoas, onde a gente possa de fato dar oportunidades a todos os capixabas”, destacou.

O Convênio para o reinício do serviço da reforma e adequação física do prédio do Centro Público Metropolitano de Economia solidária e do Artesanato Capixaba foi assinado pelo Governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, pelo prefeito de Vitória, João Coser, pelo diretor/presidente da Aderes, Pedro Rigo, e por Leonora Mol, representante do Fórum Estadual de Economia Solidária.

A cerimônia aconteceu no Palácio Anchieta, sede do Governo local, e contou com a presença de representantes de empreendimentos solidários de todo o estado e de autoridades governamentais.

Mensagem do Professor Antônio Vidal - Fórum Estadual de Economia Solidária

“A economia solidária é o nome dado a uma iniciativa popular que busca de forma criativa novos caminho para garantir a sobrevivência e a manutenção da dignidade de inúmeros trabalhadores e trabalhadoras. Ela representa um sinal de esperança num contexto de globalização e de massacre dos empobrecidos. Baseada no principio da solidariedade e da auto-gestão, emerge em todo o Brasil, essa nova prática, não só econômica, mas de construção de uma nova sociedade. O nosso estado não ficou fora desse processo, foi um dos primeiros a se empenhar nesse sonho.

Hoje com todos os limites e com todas as dificuldades enfrentadas, o Espírito Santo é uma referência em vários aspectos de organização da Economia Solidária para o nosso país. Hoje os empreendimentos cresceram, novas entidades de fomentos surgiram, os poderes públicos municipal e estadual apoiam essa experiência. Não podemos esquecer também a contribuição do Fórum Estadual de Economia Solidária, que com apoio de algumas entidades de trabalhadores e trabalhadoras, articulados com a causa, mantiveram os empreendimentos articulados entre si.

No momento o Fórum Estadual de Economia Solidária está em processo de redefinição, reconfiguração, em função de melhor atender as demandas colocadas no presente. A regionalização e o fortalecimento dos empreendimentos buscam aprimorar as formas de uma maior participação e democratização das decisões de todos (as) trabalhadores da Economia Solidária.

É preciso que os gestores públicos assumam sua responsabilidade através de políticas públicas que possam favorecer o avanço da vida dos trabalhadores (as) em nossa estado. Política publica não paternalista, não clientelista e diferentes das que vêm sendo executadas historicamente pelos gestores públicos de nosso estado. Acreditamos que é possível a execução de políticas públicas que possibilitem a emancipação, o exercício da criatividade, o respeito às diversidades, aos empreendedores solidários.

Nesse sentido é necessário e urgente regulamentar a Lei. 8.256 de 2006; fortalecer e reconhecer o Conselho Estadual de Economia Solidária, como espaço de construção e deliberação das Políticas Públicas de Economia Solidária; criar um plano estadual de economia de acordo com as deliberações da 1º e 2º Conferência Nacional de Economia Solidária, que defina Economia Solidária como estratégia de desenvolvimento; articular a Política Pública de Economia Solidária com as demais políticas públicas; destinar um percentual de 0,5% do orçamento do estado para ações e projetos da Economia Solidária; criar programas de assessoria técnica nas suas várias especialidades para que os empreendimentos possam crescer e se fortalecer; legalizar o Dia Estadual da Economia Solidária.

Nós do Fórum Estadual de Economia Solidária acreditamos que somente com diálogo, com respeito, com empenho das autoridades públicas naquilo que é de sua competência, com base na identificação de um mesmo ideal que nos una, que nos faça sonhar com uma nova sociedade, mais democrática e participativa, é que poderemos avançar de forma qualitativa em relação à caminhada que a economia solidária fez até o presente momento”.

Para ver mais fotos da cerimônia de Comemoração do Dia Nacional da Economia Solidária e Assinatura do Convenio de reforma do Centro Publico Metropolitano de Economia Solidária, acesse a página do Centro Publico de Economia Solidária do Espírito Santo no Facebook.

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