Em março deste ano noticiamos que os técnicos em Desenvolvimento Comunitário do Ateliê, Valmir Dantas e Cosme Santos, estavam percorrendo os bairros do Território do Bem, visitando e cadastrando os comerciantes da região (leiam em http://ideiasdoatelie.blogspot.com/2010/03/equipe-do-atelie-cadastra-comercios-do.html)
Pois bem, nós prometemos que falaríamos mais adiante sobre os resultados dessas visitas e hoje estamos aqui para cumprirmos nossa promessa.
As visitas aos comércios das oito comunidades que compõem o Território do Bem começaram em fevereiro desse ano. A ideia é cadastrar os comerciantes, estimulando-os a aceitar em seu estabelecimento a moeda social do banco comunitário, a moeda Bem, explicando as vantagens da utilização da moeda para a região e para o próprio comerciante, tirando dúvidas, incentivando a troca de valores em Real por valores em moeda Bem, e também a que eles usem estes Bens para darem troco aos moradores das comunidades.
Segundo o técnico em Desenvolvimento Comunitário do Ateliê de Ideias, Cosme Santos, Já são mais de 180 comércios cadastrados, com cerca de 160 aceitando a moeda Bem. E como parte do acompanhamento aos comerciantes, são feitas em média duas visitas a 30 comércios a cada dois meses.
“A cada dia há mais moedas Bem circulam nas nossas comunidades, e os comerciantes estão mais consciente da importância de se fortalecer a moeda”, explica Cosme ao falar sobre os resultados das visitas.
Durante as visitas de acompanhamento aos comerciantes já cadastrados, Cosme destaca que a principal dúvida é o que fazer com a moeda: “Muitos pensam ser vantagem juntar a moeda e pagar suas contas no Banco Bem. Eu explico que isso é valido, mas a melhor opção é comprar nos outros comércios para proporcionar a circulação”, esclarece.
Questionado sobre qual a importância das visitas, Cosme relata: “São importantes porque promovem a circulação e o fortalecimento da moeda, mantém o vinculo do Banco Bem com os comerciantes e mantém acesa a chama da boa vontade e da solidariedade dos comerciantes para com sua região”.
As visitas aos comerciantes continuam. Esse acompanhamento vai acontecer sempre, mais adiante traremos outros dados sobre as visitas. Vamos torcer pra que cheguemos a atingir uma marca que contemple a aceitação da moeda social do Banco Bem, a moeda Bem por todos os comerciantes do Território do Bem.
De forma bem espontânea, Cosme nos conta como foram algumas dessas visitas aos comerciantes do Território do Bem:
SER SOLIDÁRIO É...
A Elo, proprietária do Salão da Elo, em Itararé, é um exemplo de comerciante solidária. Aceita a moeda Bem, não só pelo lucro, mas por entender a importância do projeto. Prova disso é que se, por qualquer motivo, eu demorar em visitá-la, ela me liga, pedindo para eu aparecer pra lhe informar as novidades relacionadas sobre a moeda ou ao Banco Bem.
Ela é sócia contribuinte do Clube do Bem, e toda vez que visito seu comércio, Elo troca Real por Bem.
QUEM INDICA
Visitei a loja Dimarco Presentes, em Itararé, que vende produtos de 1,99. Fui até lá por indicação de outra comerciante, que tinha falado da moeda Bem para a proprietária e, segundo ela, a mesma se tornou bastante interessada.
No início da visita ela não parecia compreender como utilizar a moeda Bem. Ela disse que já tinha comentado para sua amiga, que me indicou, que já tinha ouvido falar nesse “tal de papel do Bem. (Realmente ela já tinha ouvido falar, inclusive eu já tinha falado pra ela, mas ela alegava quem decidia aceitar ou não a moeda Bem era o marido dela). Mas isso mudou depois da indicação da outra comerciante.
A comerciante questionou o fato de não ter como ir ao Banco Bem pagar suas contas ou trocar as moedas Bem. No entanto expliquei a ela que ao invés de ir ao banco seria mais vantagem comprar com a moeda Bem em outros comércios para obter descontos. Por fim ela se cadastrou para receber a moeda, se cadastrou no clube do Bem, e toda vez que visito seu comércio, ela troca Real por moeda Bem. Além de dar descontos para quem compra com a moeda Bem.
Isso mostra a importância dos comerciantes entenderem como funciona e a importância da moeda, pois assim eles estimularam outros comerciantes a aceitarem o Bem.
A PROPAGANDA É A ALMA DO NEGÓCIO
Em uma das visitas que sempre faço à farmácia de Consolação fiquei surpreso ao ver um cartaz com a seguinte informação: “Aqui tem Banco Bem”.
Perguntei ao funcionário da farmácia qual a motivação para o cartaz? Ele revelou ter sido sua a iniciativa de desenvolver tal divulgação, pois, segundo ele, o adesivo atual da moeda Bem é muito apagado, o que em sua avaliação dificulta a visualização dos clientes.
Depois dessa iniciativa inovadora, eu claro, fiquei fã dele, e imediatamente o convidei para o Clube do Bem, e ele, claro, aceitou.
TEMPO É DINHEIRO
Esses dias atrás, pela manhã, me foi dada a missão de imprimir duas declarações para autorização de uso de imagem para o Ateliê de Ideias. Por estar sem internet, procurei a Lan House Top de Linha, em Jaburu, cujo proprietário é o Real.
E pra não perder tempo fui logo o convidando para participar do Clube do Bem, já que ele acabara de se queixar do pouco movimento no seu comércio, de estar desempregado, e de estar contando só com a renda do estabelecimento e de algumas manutenções de computadores, quando aparecem.
Ele imediatamente perguntou qual beneficio teria se cadastrando, e eu expliquei que além do desenvolvimento local, o seu comércio poderia se fortalecer. Poderia oferecer descontos aos sócios do Clube do Bem.
Ele não fez por menos, cadastrou-se, conveniou-se ao clube e está oferecendo 10% de desconto para quem usar os serviços da Lan House e para quem solicitar seus serviços de técnico de informática, pagando com moeda Bem.
E eu, lógico, antes de pagar pelas impressões que fiz lembrei a ele que era sócio do Clube do Bem e usei os meus 10% de desconto.
Um comentário:
Parabens! Gostamos de ver as formas diferentes os bancos comunitários estão monitorando o feedback da comunidade. Mantenha-nos atualizado e continuem o bom trabalho!
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