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segunda-feira, 1 de março de 2010

Ateliê recebe peças da BrazilFoundation





Inteligência, simplicidade e bom humor não faltaram nas apresentações das peças “Lá no Morro Azul” e “Sustentabilidade, o que você precisa?”, do grupo teatral da BrazilFoundation, do Rio de Janeiro, que aconteceu na quinta-feira passada na Igreja Santa Rita, Praia do Canto, em Vitória.

O grupo veio ao estado convidado pelo Ateliê, para exibir as peças aos cooperados da Cooperativa de Bens do Ateliê de Ideias – CoopBem e outras cooperativas da Grande Vitória.

Além da apresentação das peças, houve no evento dinâmicas de grupos com intuito de estimular reflexões. Formou-se, assim, um ambiente propício para discussões em torno do tema cooperativismo popular, quando os participantes se sentiram a vontade para opinar, questionar e pensar em soluções para possíveis problemas.

Após a apresentação da primeira peça ‘Morro Azul’, o público foi motivado a debater sobre assuntos abordados nela questões relacionadas à sua realidade. Nesse momento foi questionado o papel dos responsáveis pela comercialização dos produtos confeccionados pelas cooperativas.

Já na segunda peça, “Sustentabilidade, o que você precisa?”, os participantes tiveram a oportunidade de interagir, colocando-se no lugar dos personagens e pensando em soluções para os conflitos apresentados, propiciando assim um bom debate.

Para o técnico em desenvolvimento local, do Ateliê de Ideias, Valmir Dantas, a peça relatou o que normalmente acontece nas cooperativas: “Nas reuniões, muitos cooperados não falam o que pensam, mesmo quando insatisfeitos com alguma coisa, isso pode comprometer todo o processo. Eles se sentem retraídos, com vergonhas ou até reprimidos. Mas o ideal é expor, na hora, o que pensam”, relata.

Além dos cooperados da CoopBem e integrantes de outras cooperativas populares da Grande Vitória, estiveram presentes, no evento da Incubadora de Economia Solidária da Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes, toda equipe do Ateliê de Ideias e representantes da Secretaria de Geração de Trabalho e Renda da Prefeitura de Vitória

As peças

Lá no Morro Azul

A história se passa na comunidade fictícia do Morro Azul, onde cada um dos cinco personagens representa um tipo padrão de uma organização social. Uma líder pressionada e sobrecarregada, com certa resistência a mudanças, uma moradora aberta e minimamente informada sobre as novas exigências legais e de certa forma insatisfeita com algumas condições locais e um morador com habilidades de mobilização social pouco valorizada. Eles se veem obrigados a enfrentar os desafios trazidos pelas transformações que vêm de fora e percebem que precisam se adaptar para sua própria sobrevivência

Sustentabilidade, o que você precisa?

Dando continuidade à história Lá no Morro Azul, a peça aborda, de modo descontraído, questões importantes dentro de uma organização social. Quando Dona Luz, liderança comunitária, se vê diante de desafios como o fim do financiamento de seu projeto, a falta de motivação de sua equipe e a dificuldade de inserção dos produtos no mercado, ela precisa tomar decisões importantes. A chegada de um salão de beleza na comunidade transforma as relações entre as pessoas, levando-as a compreender este novo cenário de forma diferente.

A cooperativa fundada na primeira peça enfrenta agora novos desafios como necessidade de inovação de produtos, baixa renda, produtos estocados e insatisfação de integrantes. Desafios e mudanças levam Dona Luz a repensar o de que ela e a comunidade realmente precisam.

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